No livro “Reunião de Bruxas – O Livre Arbítrio é Sagrado”, a autora conta que sempre foi religiosa e tenta desfazer o pré-julgamento de que as prostitutas não possuem vida espiritual. “Garotas de programa acreditam em Deus também. Neste livro, eu faço uma reflexão sobre Deus. Todos têm uma missão, mas depende de você. Deus não julga e não determinou que eu fosse garota de programa. Foi escolha minha”, diz Vanessa.
Ainda sobre o tema religião ela conta que já fez programa com pastores e padres e que é necessário separar a vida ministerial desses sacerdotes da vida sexual. “Fiz vários programas com alguns padres e pastores, nem por isso eles eram pessoas ruins. Muitos líderes religiosos não têm conduta exemplar. Eles sentem o chamado de Deus e fazem os votos. Mas não têm experiência sexual e necessitam de sexo”.
A ex-prostituta também conta que quando passou a fazer programas teve crises existenciais e achava que iria para o inferno, chegando a procurar muitas igrejas e só encontrou ajuda em um livro espírita.
“No primeiro ano de trabalho, eu me julgava e achava que ia para o inferno por fazer programas. Todas as vezes que procurei a igreja, a porta estava fechada, porque passava das 18h. O que me trouxe alívio foi o livro de espiritismo de Allan Kardec”, lembra.
Hoje ela acredita que não era uma pecadora só porque fazia programas e também relata que por diversas vezes rezou enquanto vendia seu corpo. ”Não sou pecadora por isso. Tenho outros pecados. Toda mulher que gosta de sexo reza. Quantas vezes eu rezava para mim transando com os meus clientes. Eu rezava Pai-Nosso e Ave-Maria ou contava 1, 2… Ou contava quanto de dinheiro tinha conseguido naquele dia e o que eu iria comer quando eu saísse dali. Era só o meu corpo que estava ali”.
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