“O dia amanheceu de noite: um monte de fumaça semelhante a um cogumelo iluminou o asfalto da Rodovia Washington Luís (…). Não houve gritos, e se alguém gritou, a explosão falou mais alto. (…) um
incêndio em cujas chamas muitas vidas foram consumidas e muitas pessoas ficaram feridas. (…) Todos queriam ajudar, mas a indagação era dos próprios bombeiros: como? A cada explosão, as labaredas saíam rasteiras e consumiam tudo que encontravam numa área de 20 metros. (…) E muita coisa realmente aconteceu, às vezes dolorosas, que acabaram nas cinzas do incêndio e da explosão que deram uma visão do fim do mundo.” Jornal do Brasil, 30/03/1972
Naquela
madrugada, além das dezenas de feridos dentro da Refinaria de Duque de
Caxias, centenas de moradores nas comunidades em torno sofreram
queimaduras e lesões devido às explosões na REDUC, e nos dutos de óleo e
gás que percorriam o subsolo do bairro de Campos Elíseos, em Duque de
Caxias, na
Baixada Fluminense.
A falta de
estrutura e preparo das autoridades, na época, contribuiu para a
instalação do pânico generalizado. “Parecia o fim do mundo!” – é o que
se costuma ouvir de quem presenciou o maior acidente na história da
refinaria. O desespero era tamanho, que muitos pais, na tentativa de
salvar seus filhos, os entregavam a motoristas que passavam pela Rodovia
Washington Luis. Laços de famílias desfeitos até os dias de hoje.
Após esse trágico incidente, diversas entidades governamentais e da sociedade civil se uniram para coordenar planos de ação e
resgate em caso de um novo incêndio. Com a supervisão de agentes da
ONU, integrantes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Patrulha
Ambiental, escoteiros e voluntários participam de um dia de atividades
simuladas de resgate.
Especialmente neste ano, integrantes do Uniforça do
Rio de Janeiro foram convidados a integrar esta equipe
de salvamento.
Eles participaram de treinamentos para reconhecimento da área,
identificação de vítimas, primeiros-socorros, imobilização e transporte
até o centro de triagem e às unidades de saúde próximas.
“Estaremos
sempre presentes! Nossa missão é estarmos preparados para auxiliar no
socorro de vítimas, não importa a hora nem o local. Este simulado foi
importantíssimo para nossos socorristas, que já atuaram em resgates na
região serrana e participaram de treinamentos em áreas de mata fechada.
Queremos estar aptos para prestar socorro à sociedade sempre que for
necessário”, destaca a coordenadora estadual do Uniforça, Manuela
Figueiredo.
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